O governo estadual de São Paulo, anunciou no dia 15 de fevereiro a abertura da consulta pública sobre o contrato de concessão pública da Sabesp para o projeto de privatização aprovado em 6 de dezembro. A consulta pública terminará em 15 de março, e terá oito sessões para debates do contrato. As sessões se iniciam dia 23 de fevereiro, seis dias úteis após a divulgação da abertura da consulta.
O prazo extremamente curto para o debate do contrato de concessão da empresa responsável pelo abastecimento de água e saneamento básico de 44 milhões de pessoas no estado têm como objetivo, além de impedir a ampla participação do povo que sabidamente rejeita o projeto, tentar diminuir a mobilização popular em torno da defesa da melhoria do serviço de saneamento e contra o processo de privatização. Atualmente, os trabalhadores da Sabesp já se mobilizam contra o leilão da empresa. No dia 20 de fevereiro haverá uma assembleia extraordinária dos trabalhadores para debater as estratégias contra os ataques do governo. Nos meses de aprovação do projeto, manifestações e greves estremeceram São Paulo contra a medida. Trabalhadores da Sabesp chegaram a realizar mais de uma greve conjunta com trabalhadores da CPTM e do metrô contra a privatização total da empresa, dentre outras exigências.
A tática de Tarcísio de privatizar totalmente a empresa às pressas também foi usada no processo de votação do projeto na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A medida foi votada na última semana do ano letivo sob justificativas de “garantir o calendário” de Tarcísio. Mesmo com a manobra, a votação ocorreu sob fortes protestos que tomaram as ruas dos arredores da assembleia e o próprio prédio. O governo mobilizou a PM para espancar os manifestantes e três deles foram presos.
Após a consulta pública, prevista para 15 de março, se iniciarão os trâmites para o leilão da empresa. O governo estadual, hoje responsável por 50,3% das ações da Sabesp pretende leiloar até 35% das suas ações.