Boletim MFP - Viva a resistência das mulheres palestinas


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Description: O MFP é uma organização de vanguarda e de massas de mulheres do povo.
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Published Time: 2024-03-05T03-52-00-03-00
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  • Editorial
  • Caso Daniel Alves: qual é o preço do estupro?
  • Sob Luiz Inácio, a situação das mulheres trabalhadoras não mudou em nada
  • Origem e significado do 8 de março
  • 140 anos: "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado"


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Rebelião popular na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, após morte de criança de 13 anos pela PM, 2023Viva a resistência das mulheres palestinas! Origem e significado do 8 de março Página 4 Governo Luiz Inácio/PT A situação das mulheres não mudou em nada Página 3movimentofemininopopularbrasil@gmail.com - movimentofemininopopular.com.br“As mulheres levam sobre seus ombros a metade do céu e devem conquistá-la.” Presidente Mao Tsetung março - 2024 Sem derrotar o imperialismo não haverá emancipação EditorialA Sagrada Guerra de Resistência Palestina impõe ao imperialismo graves derrotas táticas Conheça o novo site do MFP! Acesse movimentofemininopopular.com.br
2 março de 2024 MFP Sem derrotar o imperialismo não haverá emancipação das mulheres Em um momento chave da sagrada Guerra de Resis - tência Nacional Palestina, os Estados Unidos (EUA) escancaram sua atuação como inimigo maior dos povos do mundo. Raras ve - zes um politiqueiro ianque foi tão aberta, descarada e incondicionalmente sio - nista como Joe Biden, o que joga por terra o discurso enganador que pretende apresentar como essen - cialmente distintos “demo - cratas” e “republicanos” . Ambos rivalizam, isto sim, em rapinagem e genocídio, confirmando a poderosa análise de Lenin de que o imperialismo não é uma política, que pode ser al - terada com a alternância de um governo, mas é a etapa superior e última do capi - talismo, época de reação e violência em toda a linha e antessala da Revolução Proletária Mundial. O povo palestino vive em uma prisão a céu aberto há mais de 70 anos, sob cons - tante bloqueio econômico, vigilância militar, rotina de agressões sionistas - tanto por parte das forças mili - tares como por parte dos colonos -, e expulsão em massa de milhões de pesso - as, situação que chegou ao paroxismo desde a reação à heroica operação do Di - lúvio Al-Aqsa em 7 de ou - tubro de 2023. A reação de Netanyahu e das bestas sio - nistas que o seguem é mera demonstração de covardia e desespero ante o levanta - mento irresistível das mas - sas palestinas. Desde ou - tubro Israel já assassinou mais de 28 mil palestinos. E quem são essas pessoas? Cerca de 70% delas são mu - lheres e crianças. O apoio incondicional dos EUA ao genocídio co - metido por Israel atesta o papel do imperialismo como maior inimigo dos povos do mundo, em sua ganância por dominar ter - ritórios e impor governos fantoches e ampliar seu do - mínio, conjurar o perigo crescente de seu declínio e assegurar-se como super - potência hegemônica úni - ca. Não é dessa forma que tem agido no Oriente Médio Ampliado há tanto tempo? A exemplo as invasões no Iraque e Afeganistão, per - manente ameaças ao Irã, República Democrática Po - pular da Coreia e Venezue - la, o financiamento e apoio a golpes de Estado na Ucrâ - nia e outras ex-repúblicas da antiga URSS etc. Os agressores não recor - rem a tais barbáries por se - rem fortes, como querem fazer crer os reformistas, mas porque sentem o po - der lhes escapar das mãos ante a resistência heroica e indomável e a rebelião dos oprimidos. O imperialis - mo impõe guerras injustas como parte da partilha e repartilha do mundo para superar suas crises. A con -centração de renda e em - pobrecimento das massas no mundo impõe desafios políticos insuperáveis para o imperialismo. Pois sim, dados de 2023 apontam que as 5 maiores empresas do mundo tem juntas o valor do PIB das economias da África, da América Latina e do Cari - be. O fundador da empre - sa Amazon, Jeff Bezos, um dos mais ricos do mundo, aumentou em mais de 30 milhões de dólares desde 2020 sua já fortuna bilio - nária, às custas de chu - par o sangue do proleta - riado no Terceiro Mundo e mesmo da deterioração dos direitos sociais nos países imperialistas. Este é o caminho de todas as empresas monopolistas, incompatíveis inclusive com as liberdades demo - cráticas consagradas pela revolução burguesa, razão inevitável do ascenso do fascismo contemporâneo. Em resposta a esta situa - ção, no último ano, protes - tos se elevam em diversas partes do mundo contra a exploração dos grandes monopólios. Na Inglaterra, Caso Daniel Alves: qual é o preço do estupro? Daniel Alves, agora ex-jo - gador de futebol, foi con - denado a quatro anos e seis meses pela justiça espanho - la por ter estuprado uma jo - vem em uma boate em Barce - lona. O tempo de prisão (bem inferior, por exemplo, ao que prevê a legislação brasileira) foi atenuado pelo pagamento de uma multa do condena - do no valor de 900 mil reais, pagos, pelo que consta, pelo seu “parça” Neymar. Além da diminuição da pena, Daniel Alves tenta obter a saída ante - cipada da prisão, até o fim de abril, mediante o pagamento de uma espécie de “caução” . Noutras palavras, trata-se de uma espécie de bizarro “seguro estupro” . Pois sim, quanto vale um estupro? Isto, de um lado, escancara o caráter hipócrita da ideologia burguesa, que não vê as relações humanas mais do que meras mercadorias a serem negociadas como qualquer outra (do que vivem as chamadas “redes sociais” a não ser da mercantilização, precisamente, daquilo que há de mais humano em nós?), e, no caso das mulheres, como objetos de consumo – que podem, como quaisquer objetos, ser precificados. Pode-se então dizer que o EDITORIAL uma greve geral de meio milhão de trabalhadores tomou o país, que passa por uma grave crise econômica submetendo o povo a uma queda na sua condição de vida. Na China, uma onda de demissões em massa nas empresas monopolistas elevou a explosividade dos protestos, como ocorreu no Parque Industrial Jianqiao, na cidade de Chongqinq, e na rebelião da província de Zhengzhou. Além disso, a crise imobiliária chine - sa assombra a economia mundial. A América Latina, consi - derada pelo imperialismo como seu quintal, também arde em rebeliões como na Argentina onde o governo reacionário Milei impôs um decretaço anti-povo contra os trabalhadores e demais massas populares, que dão resposta a altura em protes - tos multitudinários. Nem a restrição das liberdades de manifestação, expressão e organização impediu as revoltas. Sendo a metade da classe as mulheres também car - regam sobre si o peso des - sa exploração. Para seguir com seus ideais de super - potência, o moribundo im - perialismo mantém e im - pulsiona a secular opressão feminina. As campanhas levadas pelo monopólio de imprensa, figurões e famosos sobre o “direitos das mulheres” , “Não é não” , etc, não são suficientes pa - ra reverter os séculos de opressão. São, na verdade, pura demagogia. Apenas uma mão de tinta colorida sobre sua verdadeira face misógina. Sem esquecer a necessidade inegociável da luta para manter os direi - tos já conquistados, é ilu -são acreditar que se possa completar a emancipação feminina nos marcos desta sociedade. A mulher do povo, além de ter menor salário (ganha 21% a menos que os ho - mens), os empregos mais precários (é 80% dos tra - balhadores informais) e ter condições dificultadas para se manter emprega - da, é obrigada, também, a exercer uma dupla jornada de trabalho: o trabalho do - méstico não pago. Esse trabalho doméstico não pago, invisível e em - brutecedor realizado pela mulher trabalhadora, ga - rante que o empregador mantenha os salários extre - mamente baixos. Enquan - to as mulheres das classes dominantes compram os serviços de cozinha, lim - peza e cuidado dos filhos, as mulheres do povo são as que precisam fazer essas tarefas, além de trabalhar fora para complementar a renda da casa ou mesmo assegurá-la sozinha. Nos lares populares as mulheres são as primeiras a levantar e as últimas a deitar. No Brasil, esse trabalho invi - sível é, em média, de 21,3 horas por semana. Por sua vez, os salários bai - xos mantém o trabalhador(a) e sua família em condição de vida precarizada, e são parte da engrenagem das crises cíclicas: reduzindo o consumo e gerando as crises de superprodução. E é nesses momentos de crise que aumentam todo tipo de violências e barbá - ries: extração das riquezas e maior reacionarização nos países de governos lacaios do imperialismo e trauma, físico e psicológico, da vítima, vale 900 mil reais? Em que, essencialmente, isso se diferencia, digamos, da justiça tribal afegã, condenada como bárbara pelo “Ocidente” , por ser nela comum a “indenização” de maridos às famílias de suas esposas assassinadas com cabras e pedaços de terra? Além disso, também cai por terra, com esta indenização em troca da pena, qualquer vaga ideia de uma “justiça” igualitária para todos: pelo mesmo crime bárbaro de es - tupro (no caso de Daniel Al - ves, o processo trouxe à tona provas incontroversas), um milionário não responderá como um pobre. Vale, aqui, o que vale em outras partes na sociedade capitalista: para a burguesia, desde sempre, o crime compensa.Continua na próxima página
3 março de 2024 MFP março de 2024 Crise econômica pesa ainda mais sobre as mulheresSem derrotar o imperialismo não haverá emancipação das mulheresSob Luiz Inácio, a situação das mulheres trabalhadoras não mudou em nada A despeito de todas as promessas durante o últi - mo período eleitoral – no qual a situação das mu - lheres foi, exatamente, um dos pontos mais debatidos – a vida das mulheres do povo, sobretudo das su - as camadas mais pobres, como a das moradoras de favelas nas cidades e das camponesas sem-terra ou com pouca terra no inte - rior, não sofreu nenhuma alteração, nem de forma e nem de fundo. Nesse período, o governo oportunista, de Luiz Inácio e Alckmin, praticou sua agenda de “governabili - dade” (leia-se: aliança com a mesma coalizão re - acionária que é governista qualquer que seja o gover - no, de Sarney a Bolsona - ro) e apaziguamento com os generais golpistas e a extrema-direita, às custas dos interesses populares. Mesmo medidas tímidas, cogitadas nas eleições, co - mo a taxação das grandes fortunas e o reconheci - mento dos direitos traba - lhistas para trabalhadores de aplicativos, não foram implementadas. Para os pobres, ao contrário, a única política tem sido o incremento da violência no campo e na cidade. Outro fato gritante da cri - se é o incremento da vio - lência política, tal como se evidenciou nos recentes assassinatos da liderança quilombola Mãe Bernade - te e da Pajé Nega pataxó, ambos no estado da Bahia, cujo governo do petista Jerônimo Rodrigues nada tem feito para reduzir as empreitadas do latifúndio de extrema direita contra as terras públicas e territó - rios indígenas. Ainda mais encorajados pela recente aprovação do criminoso marco temporal, associa - ções de latifundiários, gri - leiros e ladrões de terra como o grupo “Invasão ze - ro” , tem armado e treinado verdadeiros exércitos de pistoleiros para promover reintegrações de posse ile - gais, assassinar lideranças e tentar conter a luta pe - la terra. A maioria desses senhores compõem a base social do bolsonarismo e da extrema direita, defen - de abertamente o retorno de seu líder ao governo e o desfecho do golpe militar fascista. Enquanto isso, Luiz Inácio e seu ministro entregam o orçamento a seus “aliados” Artur Lira e outros bandidos de colari - nho branco do Congresso, como se semelhante polí - tica de apaziguamento pu - desse conter a sanha gol - pista que emana sobretudo das Forças Armadas e dos latifundiários. Os recorrentes episódios de chacinas policiais – co - mo os derivados da “Opera - ção Verão” , em Santos, que já resultou em 54 mortes, além do sítio permanente das favelas cariocas – des - nudam a verdadeira guerra civil reacionária das clas - ses dominantes de grandes burgueses e latifundiários serviçais do imperialismo, principalmente ianque, contra o povo. Como te - mos visto, para armar as polícias e equipar a repres - são em todos os níveis não há contingenciamento de gastos nem teto fiscal. Para saúde e educação, os cor - tes de verbas, a desvalo - rização dos profissionais e a degradação estrutural são uma rotina, como se revela na incapacidade do Estado em prevenir e ofe - recer assistência aos tra - balhadores durante a atual epidemia de dengue. Numa palavra, para os ricaços, tudo, para o povo, nada! As promessas de políti - cas públicas para as mu - lheres, que foram trom - beteadas durante a farsa eleitoral, já foram esque - cidas. O que foi feito foi pura maquiagem, como é o caso da distribuição de absorventes menstruais no “programa farmácia popular” , para o qual se demanda uma burocracia sem fim na comprovação de pobreza, uma exposição e humilhação que inibe a busca por parte de muitas mulheres. Assuntos como a valorização do salário - -mínimo e a própria lei da equiparação de salários entre homens e mulheres da mesma profissão se tornaram letra morta. A maioria das mulheres se - guem sem emprego formal, e “se viram” como podem para sustentar seus filhos. Entre as trabalhadoras, as mulheres negras lideram os piores índices de de - semprego, remuneração e ocupação em emprego desprotegido, sem carteira assinada e sem direitos. A crise econômica, o desemprego e a inflação pesam ainda mais sobre as mulheres. Segundo demonstrou a Pesqui - sa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, apurada pelo IBGE, no quarto trimestre de 2023 aumentou a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. De 20%, no trimestre an - terior, aumentou para 25% a diferença de renda entre homens e mulheres. Elas ganham em média 25% a menos. As mulheres traba - lhadoras, especialmente as trabalhadoras negras, são as mais penalizadas pela fome e o desemprego – o desemprego feminino é 55% maior que o mascu - lino, e 47% das mulheres vivem em situação de in - segurança alimentar. Essa desproteção econô - mica nos expõem a outras violências. Deste modo, apenas nos quatro primei - ros meses de 2023 17.500 violações sexuais contra crianças ou adolescentes foram registradas, e ape - sar dessa realidade cruel o acesso ao aborto nos ter - mos da lei vigente(estupro, que ponha em risco a vida da mãe e anencefalia fetal) tem sido cada vez mais difi - cultado nos serviços públi - cos de saúde, obrigando as mulheres a correr risco de vida para realizar o aborto. Impulsionar a Revolução de Nova Democracia e o protesto popular! A grave crise econômi - ca, política e militar a qual chegou o país não é um fato conjuntural nem passagei - ro: suas raízes estão nos cinco séculos de latifún - dio e dominação, primeiro colonial, imperialista de - pois. Uma economia sub - metida pelo latifúndio e pelo imperialismo, sempre achacada e sem margem para o desenvolvimento nacional. Classes domi - nantes lacaias do impe - rialismo, sócias menores, que se contentam com migalhas. Crise política permanente, situações re - volucionárias frequentes e recorrentes intervenções militares. Ademais do insuportável jugo que pesa sobre o nos - so povo, as mulheres car - regam ainda uma quarta montanha de exploração: a opressão feminina. Es - ta, se expressa no traba - lho doméstico não pago; na forma inferiorizada e preconceituosa como as mulheres são vistas pela ideologia machista; nos salários mais baixos e nas condições mais aviltantes de trabalho que incidem sobre nós, além de várias outras consequências es - pirituais, como a autossu - bestimação, que nos amar - ra a situações infelizes e nos adoece. Nesse 8 de março, nós, do Movimento Feminino Popular, fazemos um cha - mado às mulheres traba - lhadoras do campo e da cidade a impulsionar a Re - volução Agrária e Protesto Popular, engrossando as - sim as fileiras da Revolu - ção de Nova Democracia em nosso país. Devemos, parte por parte e em cada rincão desse país, arrancar o que é nosso por direito – terra, pão, emprego, até que tenhamos o governo de tudo, isto é, o poder. Que esta data memorável, que se inscreve no rol das datas do Proletariado Interna - cional, marque uma vez mais com selo de classe a necessidade de ligar todas essas lutas de resistência à luta por um Brasil e um Mundo Novos, nos quais tremule soberana a ban - deira vermelha. SITUAÇÃO NACIONAL guerras de rapinas em todo mundo. Não há, sob o imperialis - mo, perspectivas de avan -ço para os trabalhadores e trabalhadoras a não ser aqueles impulsionados pe - la própria corrente da luta popular e revolucionária. As mulheres, frente dos protestos tanto nos bairros dos países imperialistas como nas vilas e favelas dos países oprimidos, de bra - ços dados com os homens da sua classe só alcança -rão sua completa emanci - pação com o varrimento desse apodrecido sistema de exploração.Continuação Editorial
4 março de 2024 MFP Origem e significado do 8 de março O dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher Proletária tem uma im - portância especial na luta revolucionária de todos os povos. O tributo à luta das mulheres das classes explo - radas e oprimidas de todos os países foi proposto por Clara Zetkin – dirigente do Partido Social Democrata (Comunista) da Alemanha – na II Conferência de Mu - lheres Socialistas em 1910, realizada na Dinamarca. Aprovada pelas delegadas, a homenagem foi realizada em dias diferentes nos pri - meiros anos. No dia 8 de março de 1917, no auge de uma situação revolucionária, ocorreu uma passeata com dezenas de milhares de operárias contra a fome, a guerra e o czarismo, sob a direção dos bolcheviques em Petrogra - do, então capital da Rússia, dando início a uma greve geral política contra o re - gime czarista. Esses acon - tecimentos marcaram o pe - ríodo revolucionário mais importante da humanidade – a Grande Revolução So - cialista de Outubro em 1917 – quando a classe operária russa e a classe camponesa aliada histórica, tomam o poder e iniciam a constru - ção da primeira pátria so - cialista da história, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS. É em ho - menagem a esta rebelião das operárias russas que a celebração do Dia Inter - nacional da Mulher Prole - tária passa a ser realizada no dia 8 de março, pelos movimentos revolucioná - rios de mulheres em todo o mundo, como marca do conteúdo de classe da data. Nos anos de 1950, as clas - ses dominantes reacioná - rias tentaram suprimir es - sas referências históricas vinculadas ao Movimento Comunista Internacional, tentando transformar a da - ta em dia internacional de todas as mulheres, explora - doras e exploradas, opres -soras e oprimidas. Apre - sentaram a versão mentiro - sa de que a greve das tecelãs em Nova Iorque, quando morreram 129 operárias e 17 operários, num grande incêndio trancado pelos patrões dentro do prédio em chamas, havia ocorrido no dia 8 de março e daí essa data passou a ser comemo - rada internacionalmente. Como não podiam suprimir o caráter classista de uma data já consolidada em todo o mundo, buscaram então uma luta acontecida fora do território socialista. A defesa dos livros de his - tória da burguesia, repetida em coro pelo oportunismo e o revisionismo, fazendo referência às operárias de Nova Iorque é, portanto, uma farsa. Não que o fato não tenha ocorrido, nem que a luta das operárias estadunidenses não tenha importância e não seja par - te do movimento operário internacional. Pelo con - trário, elas são heroínas da luta do proletariado e pela emancipação da mu - lher. Mas seu heroísmo não se deu no dia 8 de março, e sim no dia 25 de março de 1911. O Dia Internacional da Mulher Proletária não foi instituído com referên - cia nesse acontecimento e sim na Grande Revolução Socialista de Outubro em 1917. O que o imperialismo pre - tende na verdade é negar que o Dia 8 de Março está vinculado à Revolução Pro - letária Mundial e pertence, portanto, às massas explo - radas e oprimidas de todo o mundo que combatem o imperialismo. E isso a rea - ção não pode permitir em sua vã tentativa de negar a revolução e de apagar da história os feitos históri - cos da classe operária e do campesinato dirigidos pelo grande Partido Comunista da União Soviética, sob a grande liderança de Lenin e Stalin. “A origem da família, da propriedade privada e do Estado” Publicado em 1884 por Friedrich Engels, trata - -se da obra marxista mais importante para a explica - ção histórica da opressão feminina. Demonstran - do como as relações en - tre homens e mulheres se modificaram conforme o desenvolvimento da ca - pacidade humana de in - tervir na natureza e como isso refletiu nas diversas formas de organização da família até a monogamia e na passagem da barbárie a civilização. Na tese do MFP “ A eman - cipação da mulher é obra da revolução proletária ” apresentamos um breve resumo que diz: "Nas primeiras forma - ções sociais humanas (as gens), predominou por séculos o matriarcado, onde a mulher tinha pre -ponderância e grande im - portância política e social. O matriarcado era a forma de organização das pri - meiras famílias humanas anteriores ao surgimento da propriedade privada. O surgimento da proprie - dade privada, derivado da formação de excedentes da produção, modifica de maneira profunda as rela - ções sociais existentes. Os homens começam a trans - formar os vencidos nas lutas entre os grupos pela sobrevivência, em escra - vos, para suprir as maiores necessidades de mão de obra. Nesse momento ao homem, a quem na divi - são do trabalho até então cabia principalmente a ca - ça, pertenciam portanto, as ferramentas e utensílios necessários para sua fun - ção; e pertenciam por sua vez à mulher os utensílios ligados à sua função de tra - balhar principalmente na agricultura e no trato das coisas domésticas. Assim, a nova divisão do traba - lho vai gerar a preponde - rância masculina. Com a produção de excedentes coloca-se de maneira dis - tinta o problema da heran - ça que antes passava pela linhagem materna, e não havendo excedentes de produção, era composta de poucos utensílios. Com a produção de excedentes, sob propriedade dos ho - mens, esses vão buscar também o reconhecimento da herança para seus filhos e a sociedade passa a se organizar segundo a linha - gem paterna. Dessa forma 'O desmoronamento do di - reito materno, foi a grande derrota histórica do sexo feminino em todo o mun - do. O homem apoderou-se também da direção da casa; convertida em servidora, em escrava da luxúria do homem, em simples ins - trumento de reprodução.' (Engels) O desenvolvimen - to do patriarcado atinge nossos dias e para fazê-lo valer foi necessário alte - rar tradições ancestrais, substituindo-as por outras aplicadas a partir do pon - to de vista da sociedade dividida em classes. Des - sa maneira, as mulheres passarão a sofrer dois tipos de opressão: sua opressão enquanto classe e a outra enquanto gênero. E os di - ferentes modos de produ - ção se aproveitaram dessa situação a seu favor sendo que no capitalismo o tra - balho não pago doméstico efetuado pelas mulheres têm o importante papel de reduzir o valor da força de trabalho e aumentar o lu - cro do capitalista. ” A preocupação de Engels sobre a opressão feminina ultrapassou o aspecto teó - rico e estando ele profun - damente vinculado com o movimento operário, acompanhou, na Alema - nha, a luta de destacadas lideranças comunistas como Clara Zetkin que travavam hercúleos esfor - ços para organizar a luta sindical das mulheres e pela sua incorporação ao Partido Social-Democrata Alemão. Luta que se elevou até os congressos da II in - ternacional, tendo como resultado uma grande in - corporação feminina aos Partidos Comunistas. Baixe o pdf do livro em nosso site. 140 anos:O 8 de março está profundamente vinculado a Revolução Proletária MundialDIA INTERNACIONAL DA MULHER PROLETÁRIA

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