Inflação volta a crescer: 7 dos 9 grupos medidos por IPCA tiveram alta de preços em fevereiro - A Nova Democracia


Autor: Enrico Di Gregorio
Categorias: Nacional
Descrição: Muitos dos grupos que tiveram alta fazem parte do cotidiano das contas  mais básicas do povo. São eles os Alimentos e Bebidas (0,95%), o Transporte (0,72%), Habitação (0,27%), Comunicação (1,56%) e a Educação (4,89%).
Seção de links: nacional
Tempo modificado: 2024-03-14T16:48:47-03:00
Tempo publicado: 2024-03-15T02:14:55+08:00
Seções: Nacional
Tag: Governo Lula, inflação
Tipo: article
Tempo atualizado: 2024-03-14T16:48:47-03:00
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A inflação do País voltou a crescer e registrou uma alta de 0,83% em fevereiro. Nela, sete dos nove grupos medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, registraram alta. Em janeiro, o IPCA havia fechado em 0,42%. Os números são preocupantes para o governo, que teve resultados ruins em avaliações sobre a economia e alta dos preços em pesquisas divulgadas recentemente pela Quaest. Os novos resultados, sobretudo se perdurarem, podem colaborar para que o índice de reprovação popular ao governo cresça.

Muitos dos grupos que tiveram alta fazem parte do cotidiano das contas  mais básicas do povo. São eles os Alimentos e Bebidas (0,95%), o Transporte (0,72%), Habitação (0,27%), Comunicação (1,56%) e a Educação (4,89%). Além disso, registraram alta os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,65%), Despesas Pessoais (0,05%).

Na Educação, é provável que o aumento tenha sido movido pela alta nos custos de mensalidades de cursos regulares de todas as faixas. Tiveram alta instituições de ensino de ensino médio (8,51%), ensino fundamental (8,24%), pré-escola (8,51%), creche (6,03%), curso técnico 96,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%).

Nos Transportes, todos os combustíveis aumentaram, além das tarifas de transportes como táxi (0,64%) e ônibus (1,91%). O etanol subiu 4,52%, o gás veicular 0,22%, o óleo diesel 0,14% e a gasolina 2,93%. No início do ano, diversas cidades registraram protestos contra o aumento do preço das passagens, como Belo Horizonte (Mg), São Paulo (SP) e Londrina (PR).

Já na alimentação, o aumento também foi sentido pelo povo de forma generalizada. Tiveram alta nos preços os itens mais básicos, como cebola (7,37%), batata-inglesa (6,79%), frutas (3,74%), arroz (3,69%) e leite longa vida (3,49%).

Uma outra pesquisa, feita pelo Dieese, revelou que, das 17 capitais onde o departamento realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, 14 registraram aumento nos alimentos básicos. Em cidades como o Rio de Janeiro, o aumento chegou a bater 5,18%.

Mau presságio ao governo

São péssimas notícias para o governo de Luiz Inácio, que recentemente foi mal avaliado pelo povo em pesquisas realizadas por institutos como a Atlas Intel e Quaest.

Nos resultados divulgados pela Atlas Intel, 53% consideram que a economia vai mal, enquanto 49% acham o mesmo em janeiro. Já na pesquisa Quaest,73% dos entrevistados perceberam que os preços aumentaram. Isto é, sentiram o impacto da inflação nas economias pessoais.

Os dados são ainda contrastantes com os celebrados pelo governo quando se fala tanto da “alta do PIB” ou “recorde da balança comercial”. Apesar disso, a discrepância não é surpreendente, visto que é bem conhecido que um aumento do PIB não significa melhoria nas condições de vida do povo, sobretudo quando o aumento é puxado por um ramo tão distante dos interesses da Nação quanto o agronegócio. Os produtos cultivados no latifúndio são destinados à exportação, e não abaixam o preço dos alimentos internamente. Os lucros são absorvidos pelos latifundiários, e não revertidos ao País. E os impostos são aliviados por meio de isenções bilionárias.

O que o povo sente, portanto, é a economia real. E essa está longe de ir bem. É um mau presságio ao governo, que tende a ver os índices de reprovação crescerem conforme o povo percebe, pouco a pouco, que as tão distantes promessas de campanha, que já não eram lá grande coisa, mas o básico, continuam distantes. Assim se percebe também que o caminho a se garantir e conquistar os direitos básicos não é o do aguardo pelas promessas do governo, mas outro: o de romper as amarras e passar à luta, como força política independente e de forma combativa.

Fonte: https://anovademocracia.com.br/7-dos-9-grupos-medidos-por-ipca-tiveram-alta-de-precos-em-fevereiro/