Em Goiânia, trabalhadores da Educação intensificaram sua mobilização na terceira semana de Greve . A categoria reafirmou, todos os dias, a decisão de permanecer em greve pelo Plano de Carreira exigido há mais de um ano.
Depois de o prefeito alegar que é impedido por “lei de responsabilidade fiscal”, “limite prudencial do município” e outras desculpas, o movimento fez panfletagens na entrada de escolas e CMEIs, todos os dias da semana, além de protestos no paço municipal e na câmara municipal, onde expôs a farsa das alegações sobre as contas públicas, justamente na semana em que foi votado um empréstimo de R$ 710 milhões com a União para a prefeitura recapear asfalto e terminar obras antes da eleição, sem nenhuma garantia de que tal dívida “cabe no limite prudencial”.
Prefeitura, vereadores e o oportunismo do sindicato acreditam poder encabrestar a categoria de alguma forma, devido às condições prementes de vida desta. Mas o movimento grevista se chocou com a podridão dessa velha democracia, que não garante direitos básicos constitucionais, e está expondo seus “representantes”, desde o prefeito até o judiciário, que também não serviu em nada para fazer cumprir os acordos do fim da última greve.
Professores também realizaram um ato em frente à Secretaria Municipal de Educação, no dia 08 de março, e discutiram o apoio aos administrativos. Na ocasião, eles também manifestaram apoio ao heroico povo palestino. E na quinta-feira, dia 14/03, professores participaram de uma manifestação junto aos administrativos no paço municipal. O Comitê de Apoio ao AND distribuiu cópias, neste ato, do editorial semanal de AND.
Trabalhadores da educação de Aparecida de Goiânia aprovam greve e são criminalizados
Em Aparecida de Goiânia, professores e administrativos da educação na semana passada aprovaram a greve dos administrativos pelo pagamento de salários atrasados, e marcaram nova assembleia de professores para o dia 14. Neste ínterim, antes mesmo do início da greve, o judiciário a decretou ilegal e impôs multa de R$50 mil por dia ao Sintego, que imediatamente chamou os administrativos no dia 13 para suspenderem a greve. Os trabalhadores decidiram parar as escolas todas as terças e quintas feiras até a prefeitura pagar os salários atrasados e outros direitos. Uma trabalhadora afirmou:
“Eu realmente estou muito indignada com a situação e já não estou aguentando mais. Essa questão de sindicato, prefeitura… A prefeitura não tem bom senso, gente, se ela tivesse, ela já tinha pagado nós. A questão é o seguinte, pra dar uma amenizada na situação, eu tô na greve, já tô a partir de hoje, e não abro mão. Mas conversando com as meninas, essa questão da legalidade, eu apoio a fala delas, a gente fazer esse estado de greve… (quando) chegar dia 3, ‘ah, não vão pagar’, aí é greve mesmo, acabou a história! Nós não vamos deixar (inaudível) ludibriar nós, ludibriar com palavras”.
Ontem, dia 14/03, a categoria de professores decidiu paralisar as atividades nos mesmos dias em apoio ao administrativo e em luta pelo pagamento do piso salarial atrasado desde 2015.
Servidores da Universidade Federal de Goiás aderem à greve nacional dos TAE
Os trabalhadores da rede federal de educação em Goiás também deflagraram greve no dia 11/03, em luta pelo reajuste salarial e reestruturação da carreira. Os servidores da UFG, incluindo os do Hospital das Clínicas, têm feito manifestações e ocupado espaços da universidade. Nos Institutos Federais de Goiás (IFG), onde a categoria é organizada também pelo SINASEFE, os servidores aprovaram um indicativo de greve para o dia 27/03.
Docentes na UEG têm conquista apesar de criminalização
A greve de professores da Universidade Estadual de Goiás, iniciada dia 01/03 em defesa do novo plano de carreira e da universidade contra a política de sucateamento e fechamento de Campos pelo governo Caiado, também foi decretada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Goiás após uma semana de greve, impondo multa de R$ 100 mil à Associação de Docentes da UEG.
Depois do dia 06/03, os trabalhadores continuaram fazendo manifestações em frente ao palácio do governo estadual e debates nos campi da UEG. O movimento estudantil tomou parte na mobilização no campus da Cidade de Goiás, com o Bloco Cultural Comuna Que Pariu fazendo uma ocupação do campus no dia 9, em apoio aos docentes. Apesar da criminalização, os professores fizeram que o governo aceitasse oficialmente a proposta de plano de carreira, com a progressão de ganho no salário por doutorado, que não é reconhecido atualmente.