No começo deste mês de março, a reitoria da UFPE, representada pelo reitor Alfredo Gomes, assinou um acordo com o Instituto Militar de Engenharia (IME), que visa o avanço de tecnologias como Inteligência Artificial e segurança cibernética. O projeto ainda fundou um curso para esse objetivo, que começará no início de 2025. Apesar de promovido com o discurso de “desenvolvimento” do IME e da universidade, o projeto serve para o aprofundamento da atuação do Exército reacionário na universidade.
O reitor Alfredo Gomes ressalta a “importância de construir conjuntamente parcerias para fortalecer áreas tão estratégicas e importantes para o Brasil”, enquanto o Reitor do Instituto Militar de Engenharia frisa o caráter dessa parceria: “faz parte de uma ação estratégica do DCT (Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército), visando a participação mais efetiva do IME em várias regiões do país ”.
Momento específico
O novo passo para a maior presença militar na universidade não ocorre de forma isolada. A força armada reacionária recebeu outros incentivos recentes no estado, como a construção da Escola de Sargentos de Pernambuco, apoiada pelo governo federal.
A maior militarização ocorre concomitantemente ao avanço da luta camponesa no estado. No município de Jaqueira, por exemplo, posseiros tem resistido contundentemente às ofensivas do latifúndio . Em escada, importantes protestos camponeses bloquearam vias depois da execução de um camponês por um PM .
Nas universidades, a presença militar pode ser encarada como uma ameaça ao desenvolvimento da luta estudantil, sobretudo se levado em consideração as constantes demonstrações de apoio do movimento estudantil combativo aos povos em luta no campo, desde camponeses, até indígenas e quilombolas.