Moradores da comunidade Cumbique, no município da Raposa, denunciaram no dia 7 de março, ao portal Agência Tambor, os crimes contra o povo e o meio natural cometidos pela construtora Canopus. Os moradores denunciam insegurança alimentar, destruição de habitação e poluição em área de preservação.
Na região está sendo construído um condomínio, o residencial Village Por do Sol, e desde então a população tem relatado uma piora na qualidade de vida devido aos prejuízos gerados pela obra. O mangue e o igarapé, afluente do rio Paciência, estão sendo contaminados, impedindo que os moradores consigam tirar o sustento e a alimentação através da coleta de frutos do mar.
Em entrevista concedida ao Jornal Tambor, Wilton Neves, residente do Cumbique, conta um pouco sobre os danos que a obra causou, em dois anos de duração. “Chegou para bagunçar o nosso manguezal. A casa da minha mãe caiu, invadida por água de lama dessa construção. Os barcos estão atolados de tanta lama. Os pescadores não têm como pescar. Eles não respeitam nada e nem ninguém”, afirmou o entrevistado.
Sendo uma comunidade pesqueira, a atividade de extração é a principal fonte de renda da população. Os moradores estão mobilizados e buscam por justiça para que a obra seja descontinuada.
Com frequência, grandes grupos empresariais interrompem a vida de comunidades, com o aval do Estado. Sob o pretexto de levar “desenvolvimento e inovação” para regiões, levam a destruição do meio natural e a violação dos direitos dos camponeses. Mesmo diante de grave denúncia, a Canopus Construções segue impune e sem conceder respostas sobre os casos ocorridos.