A equipe de correspondentes locais do AND recebeu a informação de que os camponeses do Acampamento Menino Jonatas , no Engenho Barro Branco, se organizaram e derrotaram uma nova tentativa de invasão, levada a cabo por funcionários da Agropecuária Mata Sul S/A. Os sicários do latifúndio, que prepararam-se para uma nova investida, colocaram-se em fuga quando a autodefesa dos camponeses lançou rojões para alertar toda a comunidade do novo ataque.
Os camponeses denunciam que os funcionários da Agropecuária Mata Sul S/A provocaram a destruição de uma cerca e a invasão de mais de 30 cabeças de gado durante a noite do dia 14/11, às 21:00, dentro do Acampamento. De acordo com os moradores, o gado havia sido levado ao Acampamento pelos sicários para causar distúrbios e destruição no acampamento, e justificar um novo ataque de bolsonaristas contra as massas camponesa, sob o pretexto de “retirar o gado” enviado à área.
Após os camponeses afugentarem o gado para fora das suas terras, três carros com farol alto, um dos carros conhecido da empresa, estacionaram ao lado do Acampamento e depois circularam lentamente ao redor dele para intimidar os moradores. Enquanto os carros circulavam, um drone do latifúndio começou a sobrevoar o Engenho, voando hora baixo para provocar os camponeses, hora muito alto para impedir qualquer resposta das massas.
Os camponeses não se intimidaram e responderam o ataque com fogos de artifício para alertar a comunidade e organizar a autodefesa diante do iminente ataque. Ao ver a rápida organização dos camponeses e sua firme disposição de luta, o bando do latifúndio e seus drones foram embora.
No dia seguinte (15/11), às 06h40 da manhã, o drone da Empresa voltou a sobrevoar as terras dos camponeses. Dessa vez, mais gado foi colocado no perímetro do Acampamento, e o “gerente” da Agropecuária Mata Sul S/A, Alison Manoel Silva, entrou nas terras do acampamento e filmou as famílias e os barracos enquanto empurrava o gado para dentro das terras do povo. Ao ver os camponeses irem ao seu encontro para saber do que se tratava sua presença no local, ele deu meia volta e foi embora.
Empresa ameaça e assedia camponeses em luta
Os camponeses denunciam que desde que foi levantado o Acampamento Menino Jonatas, o sobrevoo de drones pela manhã e final da tarde é diário, e que é constante a passagem deles pelo arredores do Acampamento para intimidar e manter vigilância recorrente sobre a comunidade.
Além disso, fazem provocações e soltam boatos de que “estão planejando outro ataque” para colocar medo no povo e afastar as massas da luta. O resultado tem sido exatamente o contrário: cada dia que passa mais pessoas tomam parte do Acampamento Menino Jonatas e cada vez mais trabalhadores, estudantes , professores , comerciantes locais, personalidades e organizações democráticas demonstram apoio e solidariedade à luta dos posseiros de Barro Branco .
Os camponeses em luta têm logrado importantes vitórias , políticas e jurídicas , como a suspensão do mandado de reintegração de posse que estava marcado para o dia 30/11, e a realização de um grande audiência pública no município de Jaqueira-PE, marcado para o dia 25/11, que tem mobilizado centenas de camponeses na região e municípios vizinhos para denunciar os crimes do latifúndio e do Velho Estado.
Um camponês, em relato aos correspondente local de AND , qualificou que “as bravatas e ameaças do latifúndio contra os Posseiros de Barro Branco não passam do latido fino de um cão sem dentes , que foi e segue sendo derrotado pela Resistência Camponesa de Barro Branco e do Acampamento Menino Jonatas”. “Não conseguirão intimidar os camponeses. A Bandeira da Revolução Agrária, hasteada junto com a da Heroica Resistência Nacional do Povo Palestino, segue erguida nas alturas nas terras de Barro Branco e faz tremer o latifúndio e todos os reacionários”, concluiu.